quarta-feira, 28 de junho de 2017

sexta-feira, 23 de junho de 2017

 Encontro de representantes e assessores das Pastorais Sociais do Regional Leste 222/07/2017

O encontro destina-se EXCLUSIVAMENTE aos Coordenadores Diocesanos das Pastorais Sociais e aos Padres Assessores Diocesanos das Pastorais Sociais e aos Coordenadores Regionais das mesmas Pastorais Sociais.



Local: Recanto Unitas  (Rua Sinval de Sá, 409, Cidade Jardim – Belo Horizonte/MG).
Horário: 9h às 17h
Realização: Comissão para o Serviço da Justiça, da Caridade e da Paz

terça-feira, 20 de junho de 2017

ENCONTROS IGREJA E A LUTA POPULAR

“Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos.”
Papa Francisco – Encontro Mundial dos Movimentos Populares
 
Os encontros serão realizados com o objetivo de fortalecer o diálogo e parceria das Igrejas com a luta dos movimentos populares, a partir dos três Ts apontados pelo PapaFrancisco (Terra, Trabalho e Teto) e em preparação para o 23° Gritos dos/as Excluídos/as BH.
 

Dia 26 de junho (segunda), 19h: “Nenhum camponês sem terra”
Convidados: Comissão Pastoral da Terra (CPT); Conselho Indigenista Missionário (CIMI); Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Cáritas.
 

Dia 31 de julho (segunda), 19h: “Nenhum trabalhador sem direitos”
Convidados: Movimento dos Trabalhadores Cristãos/Pastoral Operária; Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD).


Dia 28 de agosto (segunda), 19h: “Nenhuma família sem casa”
Convidados: Pastoral dos Sem Casa; União Metropolitana por Moradia Popular(UMMP/CMP); Brigadas Populares (BP) e Movimento de Luta em Vilas, Bairros e Favelas (MLB).

 

Local dos encontros: Espaço Franciscano - Avenida Amazonas, nº 314, 3° andar.



Organização: Comitê das Igrejas BH e Grito dos/as Excluídos/as BH

Apoio: Espaço Franciscano/OFM, Fórum Político Inter-religioso, Diretório Acadêmico Dom Oscar Romero ISTA. 

“Que posso fazer eu, recolhedor de papelão, catador de lixo, limpador, reciclador, frente a tantos problemas, se mal ganho para comer? Que posso fazer eu, artesão, vendedor ambulante, carregador, trabalhador irregular, se não tenho sequer direitos trabalhistas? Que posso fazer eu, camponesa, indígena, pescador que dificilmente consigo resistir à propagação das grandes corporações? Que posso fazer eu, a partir da minha comunidade, do meu barraco, da minha povoação, da minha favela, quando sou diariamente discriminado e marginalizado? Que pode fazer aquele estudante, aquele jovem, aquele militante, aquele missionário que atravessa as favelas e os paradeiros com o coração cheio de sonhos, mas quase sem nenhuma solução para os meus problemas? Muito! Podem fazer muito. Vocês, os mais humildes, os explorados, os pobres e excluídos, podem e fazem muito. Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas suas mãos, na sua capacidade de se organizar e promover alternativas criativas na busca diária dos “3 T” (trabalho, teto, terra), e também na sua participação como protagonistas nos grandes processos de mudança nacionais, regionais e mundiais. Não se acanhem”
(Papa Francisco – Discurso no II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, Bolívia, 2015).

terça-feira, 6 de junho de 2017

Leia já a Revista Senso deste bimestre Jun-Jul 2017
E se instigue com as matérias e artigos sobre os 500 anos da Reforma iniciada por Martinho Lutero.
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segunda-feira, 5 de junho de 2017

NOTA PUBLICA DAS PASTORAIS SOCIAIS QUE ATUAM NO CAMPO
SOBRE O AUMENTO DA VIOLÊNCIA  E OS MASSACRES
As Pastorais Sociais do Campo subscritas vimos mais uma vez a público denunciar e clamar por justiça diante da trágica e assustadora escalada da violência no campo. Em 35 dias, foram três massacres concretizados e uma tentativa, quase um por semana, com 22 trabalhadores em luta pela terra mortos.
O primeiro foi em Colniza  MT, em 20 de abril, com 09 torturados e mortos por jagunços encapuzados, sendo o líder dos posseiros degolado. Em Vilhena  RO, no dia 29 de abril, foram encontrados 03 corpos carbonizados dentro de um carro, na mesma fazenda em que 05 trabalhadores foram mortos e três dos quais queimados ainda vivos em 2015, um crime impune. O ataque aos índios Gamela aconteceu no dia 30 de abril, em Viana  MA, com 22 feridos, 02 com mãos decepadas, por populares insuflados por ruralistas e políticos, com envolvimento da Polícia Militar, conforme registro de uma viatura na ação.
O mais recente foi o que aconteceu em Pau d’Arco, no sul do Pará, no dia 24 de maio, quando foram mortos 09 homens e 01 mulher, esta liderança de um movimento, pelas Polícias Civil e Militar.
A versão oficial dos órgãos públicos do estado foi a de que as mortes ocorreram em confronto armado, pois os policiais teriam sido recebidos à bala. Esta versão pretende fazer crer que o povo brasileiro é imbecil e que não tem capacidade de discernimento. Como num confronto armado, nenhum dos 29 policiais envolvidos na ação, sequer foi ferido? Por que a cena do crime foi desmontada, com os próprios policiais transportando os corpos para a cidade?
Estas circunstâncias, bem como o depoimento de alguns sobreviventes do massacre, feito a integrantes do Ministério Público e a outras entidades que investigam o ocorrido, indicam que houve uma execução fria e planejada.
Não há outro modo de interpretar a fragilidade na tentativa de revestir a chacina de Pau d’Arco de alguma legalidade de “cumprimento de mandados de prisão” e de “prestação de socorro” à retirada dos corpos das vítimas. Na verdade, o que se fez foi apagar vestígios e encobrir um massacre premeditado e cruelmente realizado, às gargalhadas, conforme testemunhas. A barbárie se consumou com o tratamento dispensado aos corpos das vítimas jogados como animais em carrocerias de camionetes, levados a distâncias de até 350 km para perícias e devolvidos do mesmo modo aos familiares, largados ao chão de uma funerária, já putrefatos, para serem enterrados às pressas e à custa deles, sem chance nem de um mínimo velório.
A diversidade dos autores revela a barbárie generalizada provocada pela irresolução da questão da terra, com agravamento brutal de suas consequências, sobretudo nos últimos três anos. O ano de 2017 promete superar 2016, que foi recordista em ocorrências de conflitos por terra no Brasil nos últimos 32 anos. Foram 1.079 ocorrências desse tipo de conflito, quase três por dia, o maior número desde 1985, quando a CPT começou a publicar sistematicamente este registro. Camponeses assassinados já são 37 nestes cinco meses de 2017, 08 a mais que em igual período no ano passado, quando houve o registro de 29 assassinatos. Qual será o próximo caso? Outro massacre?
É evidente que esta exacerbação dos conflitos agrários em número e violência, tem ligação com a crise política e com o avanço das forças do agronegócio sobre os Poderes do Estado brasileiro. Os desmandos autoritários da cúpula da República, com seu jogo de poder servil aos interesses da minoria do Capital, vilipendiam os direitos sociais e relativizam os direitos humanos. O Estado brasileiro tem conseguido ultrapassar os limites do desrespeito à cidadania e aos interesses do povo, numa democracia de fachada, cinismo e desfaçatez, que se alimenta de desmandos criminosos impunes. A desobediência ou manipulação da legalidade é senha para os excessos, para o descaramento na repressão aos pobres, é licença para matar e tripudiar sobre eles. Uma violência extrema que, neste clima reinante, torna-se funcional, pedagógica. Nega-se aos camponeses, sem-terra, pescadores, quilombolas, indígenas, o mínimo de dignidade e qualquer traço de igualdade, de pertença à humanidade. Para o lavrador, como canta Chico Buarque, “é a terra que querias ver dividida”.
O fascismo, que fermentava nos subterrâneos das relações públicas no Brasil, veio à tona. É o que se comprova em falas e atos, como a manifestação de ruralistas e parlamentares, no dia 29 de maio, em Redenção, no sul do Pará, em solidariedade aos policiais que praticaram o massacre, proclamados heróis da causa ruralista.
Felizmente a maioria das pessoas em nosso país está se dando conta de que o Agro é homicídio, como o comprovam os crescentes números de assassinatos registrados. É massacre, é suicídio, provocado, sobretudo, pelo uso irracional de agrotóxicos. É ecocídio, pois é responsável pela crescente e veloz destruição do meio ambiente. É hidrocídio, pois é responsável pelo secamento de milhares de fontes de água.
Diante das evidências do massacre perpetrado, reconhecido pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos, pela investigação do Ministério Público, e por órgãos da imprensa que se deslocaram ao local do conflito, o Estado decidiu afastar de suas funções os policiais envolvidos. Mas o que a sociedade espera é que sejam presos e processados por crime contra a humanidade, tanto pela morte das pessoas quanto pelo tratamento dispensado aos corpos das vítimas.
Conhecendo de longa data como o Pará tem tratado casos semelhantes exigimos que o caso seja federalizado, para que se possa fazer justiça.
Contamos com todos que se compadecem com os que, na cidade e no campo, são os que mais sofrem com o descalabro desta situação. Juntos exijamos e cobremos que aconteçam o direito, a justiça e a dignidade em defesa da Vida e do Bem Viver de todos. Deus nos proteja e ajude!
Brasília, 31 de maio de 2017.
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP
Serviço Pastoral do Migrante – SPM
Cáritas Brasileira
 Conselho Indigenista Missionário – CIMI